terça-feira, 29 de maio de 2012
Delírio
No parque morno, um perfumista oculto
ordenha heliotrópios…
Deixa aberta a janela…
Minhas mãos sabem de cor o teu corpo,
e a alcova é morna…
Apaguemos a luz…
Não sentes na tua boca
um gosto de papoulas?…
Passa o lenço de seda de tuas mãos
sobre minha fronte,
e não me digas nada:
a febre está, baixinho, ao meu ouvido,
falando de ti….
sábado, 24 de março de 2012
Canção de Outono
Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o própro coração?
E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando áqueles
que não se levantarão…
Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão…
quinta-feira, 1 de março de 2012
Derrepente...
E derrepente a lágrima faz-se riso.
A tristeza faz-se vida.
Derrepente, não mais que derrpente, caio.
Porém me ergo, na esperança de sempre seguir em frente.
E luto.
Como a vida pode ser injusta.
Mas como ela pode ser divina.
E como ela me traz..você..
Fico muda, nua, absmada.
Fico parada, perdida, sinto-me ousada.
Pois tão derrepente nem sei mais nada.
Quando mesmo que inconscientemente.
Sei de tudo.
A tristeza faz-se vida.
Derrepente, não mais que derrpente, caio.
Porém me ergo, na esperança de sempre seguir em frente.
E luto.
Como a vida pode ser injusta.
Mas como ela pode ser divina.
E como ela me traz..você..
Entre idas e vindas degustações e desafetos.
A vida continua
Me sinto um concreto.
Pois tão derrepente nem sei mais nada.
Quando mesmo que inconscientemente.
Sei de tudo.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Ternura
Eu te peço perdão por te amar de repente Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos Das horas que passei à sombra dos teus gestos Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos Das noites que vivi acalentado Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente. E posso te dizer que o grande afeto que te deixo Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas Nem as misteriosas palavras dos véus da alma... É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias E só te pede que te repouses quieta, muito quieta E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
O nosso mundo
Eu bebo a Vida, a Vida, a longos tragos Como um divino vinho de Falerno Pousando em ti o meu olhar eterno Como pousam as folhas sobre os lagos... Os meus sonhos agora são mais vagos O teu olhar em mim, hoje é mais terno... E a Vida já não é o rubro inferno Todo fantasmas tristes e presságios! A Vida, meu amor, quero vivê-la! Na mesma taça erguida em tuas mãos, Bocas unidas hemos de bebê-la! Que importa o mundo e as ilusões defuntas?... Que importa o mundo e seus orgulhos vãos?... O mundo, Amor!...As nossas bocas juntas!...
terça-feira, 12 de abril de 2011
ALLEGRO
Sente como vibra Doidamente em nós
Estorcendo a fibra
Dos caules informes
E as plantas carnívoras
De bocas enormes
Lutam contra as víboras
E os rios soturnos
Ouve como vazam
A água corrompida
E as sombras se casam
Nos raios noturnos
Da lua perdida . . .
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