... não falo
É normal.
Da minha fome não falo.
Grito-a
em áridos desertos.
Escrevo-a, em folhas vazias
Esvazio-a, em almas estéreis.
Despejo-a, em corpos tão famintos como o meu.
Da minha fome não falo.
Notam-se apenas vestígios.
Adivinham-se somente os sinais.
Da minha fome, mesmo muda,
sou escrava.
Da minha avidez,
escondida,
prisioneira.
na minha fome, murcho e definho.
Mas nela, combato e resisto.
e vivo!
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